Você esta aqui
Home > Vitrine > Fórum Carioca de Direitos Humanos - reunião descentralizada - 3ª CASDH - 09/03/17 > Conferência conjunta debate políticas de direitos humanos em Brasília

Conferência conjunta debate políticas de direitos humanos em Brasília

Por Marieta Cazarré – Agência Brasil  |   

Representantes de governos e da sociedade civil participam, até a próxima sexta-feira (29), das Conferências Conjuntas de Direitos Humanos, em Brasília, que discutem políticas públicas para a promoção de direitos da criança e do adolescente, idosos, pessoas com deficiência e população LGBT.

O secretário nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Antônio José Ferreira, disse que é fundamental discutir ações e políticas públicas para todos os segmentos da sociedade de forma integrada. “As pessoas com deficiência são pessoas negras, brancas, mulheres, homens, gays, lésbicas. E os idosos, com o passar do tempo, se tornam pessoas com deficiência, que não ouvem bem, não enxergam bem, não caminham bem, perdem a mobilidade. Então a gente precisa transversalizar essa pauta.”

“A principal reivindicação das pessoas com deficiência é por mais acessibilidade arquitetônica e comunicacional, principalmente. Precisamos de audiodescrição na TV, no cinema, teatro para as pessoas com deficiência visual. Precisamos de legenda e linguagem dos sinais, libras. De outra forma, uma pessoa cega nunca terá acesso a um espetáculo de balé. Uma pessoa surda não terá acesso ao conteúdo de um telejornal”, disse Ferreira.

Demandas

Rodrigo Torres, secretário nacional de Promoção dos Direitos da Criança e Adolescente, também defendeu que as políticas de direitos humanos sejam articuladas. “O indivíduo não é recortado. Você tem a criança e adolescente com deficiência, idoso com deficiência, adolescente com identidade LGBT. Tudo isso faz com que essas pautas dialoguem para entendimentos comuns”, afirmou.

Segundo Torres, o Brasil avançou muito na área nos últimos 25 anos com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente. No entanto, segundo o secretário, ainda há muito a fazer. “Destaco a violência letal contra adolescentes, pois ainda tem muitos adolescentes que morrem hoje no Brasil por conta da violência. Outro ponto que precisamos avançar é o nosso sistema socioeducativo, ainda muito pouco estruturado.”

Já para os idosos, a principal demanda é a melhora e humanização do atendimento de saúde, segundo o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Luiz Legnani. “O SUS [Sistema Único de Saúde], infelizmente, não consegue atender a todas as demandas da população. Os planos de saúde privados exploram, cobram caro e não prestam um bom serviço. E o problema do SUS não é só financiamento, é gestão, desvio de verbas para outras áreas e corrupção. Tudo isso dificulta um bom atendimento para a população idosa que necessita desse serviço”, analisou.

Legnani disse que as discussões da conferência tratarão dos direitos da pessoa idosa de ter acesso a centros de convivência, a medicamentos distribuídos gratuitamente e a uma vida digna e feliz.

Também representada na conferência, a população LGBT reivindica principalmente o combate à homofobia, segundo Zezinho Prado, membro do Conselho Nacional de Combate à Discriminação de LGBT. “Temos problemas nas escolas homofóbicas que excluem e não incluem, principalmente a população trans, das travestis e transexuais.”

Prado se emocionou ao dizer que, aos 62 anos, tem convicção de que as “famílias precisam sair do armário” e assumir a orientação sexual e a identidade de gênero dos seus filhos e filhas. “Se as famílias não saírem do armário, elas estão assinando a sentença de morte dos seus filhos.”

Etapa nacional

O evento recebe, simultaneamente, cinco conferências temáticas: a 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos; a 10ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; a 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa; a 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência; e a 3ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

Esta etapa, que é nacional, é resultado das diversas conferências realizadas em nível local, municipal, regional, estadual/distrital e também das conferências livres e virtuais. Os representantes dos estados que participam do evento foram eleitos nas etapas dos estados.

Deixe uma resposta

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Top