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Advogado do Projeto Legal participa de encontro de juristas em apoio site The Intercept Brasil

O advogado da Organização de Direitos Humanos Projeto Legal Carlos Nicodemos, que também é advogado do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), participou de um encontro de juristas em apoio aos jornalistas do site ‘The Intercept Brasil’, que tem denunciado constantemente supostas mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro, o procurador da República Deltan Dallagnol e outros procuradores do Ministério Público Federal acerca do suposto uso político da operação Lava-Jato para impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se candidatasse à reeleição de 2018. O evento reuniu cerca de 40 juristas e ocorreu na residência da advogada Estela Aranha, no Rio de Janeiro, nessa segunda-feira (8/7).

Os advogados em questão têm o intuito de criar um Comitê pela Liberdade de Imprensa que atue em defesa de profissionais de comunicação ameaçados e em casos em que possa haver represália por parte do Estado.

A reunião foi organizada em segredo, para não colocar em risco a integridade nem a vida da equipe do site, entre eles os jornalistas Glenn Greenwald e Leandro Demori, que estavam entre os presentes.

O motivo do encontro se deve às recentes tentativas de intimidação que a equipe do The ‘Intercept Brasil’ tem recebido, sendo convidada a prestar declarações ante o Congresso sobre os vazamentos das mensagens, os quais foram chamados de ‘Vaza Jato’. Ademais, foi noticiado na imprensa de que a Polícia Federal (PF), supostamente, teria requerido informações sobre operações bancárias de Glenn Greenwald junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A corporação é subordinada ao ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública. Até recentemente, ele também controlava o Coaf, que foi devolvido ao Ministério da Economia.

“Diante do atual contexto político, este encontro representa um marco em defesa da democracia, da liberdade de imprensa, do Estado democrático de direito e dos direitos humanos. Tenho 30 anos de militância em defesa dos direitos humanos e de pessoas em situação de risco e de vulnerabilidade social. Fico muito contente com o convite para fazer parte dessa iniciativa. Apoio o trabalho incrível que o site ‘The Intercept Brasil’ tem feito em prol da sociedade brasileira e em nome do jornalismo ético, independente, imparcial e responsável. O Brasil precisa de mais jornalismo assim, de uma imprensa cujo único compromisso seja com a verdade dos fatos, não com pessoas, governos, políticos nem partidos. Estou na expectativa dos áudios”, comentou o advogado Carlos Nicodemos.

No evento estavam representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (Ibccrim), Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Associação dos Criminalistas do Rio de Janeiro, Sindicato dos Advogados de São Paulo (Sasp) e das Defensorias Públicas da União e do Rio de Janeiro.

Como é de conhecimento público, o site ‘The Intercept Brasil’ começou a divulgar desde o último dia 9 de junho supostas conversas no Telegram atribuídas à força-tarefa da Lava-Jato, operação que apura um esquema de corrupção na Petrobras. Os denunciados nas reportagens demoraram a negar a veracidade dos conteúdos e atualmente apelam, alegando que teriam sido alvos de supostos hackers e que as mensagens teriam sido obtidas de forma ‘ilegal’, como também que poderiam ter sido adulteradas. Não negam os fatos, apenas tentam desacreditar os denunciantes. O recente pedido de desculpas de Sergio Moro ao Movimento Brasil Livre (MBL) induz a crer que as mensagens seriam realmente verdadeiras.

“Consta ali um termo que não sei se usei mesmo. Acredito que não. Pode ter sido adulterado. Mas queria pedir minhas escusas se eventualmente utilizei porque sempre respeitei o Movimento Brasil Livre”, desculpou-se Moro, por, supostamente, ter reclamado com Dallagnol sobre integrantes do MBL terem feito protesto em frente à residência do falecido ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, em 2016.

Em recentes audiências no Senado e na Câmara dos Deputados, o ministro Sergio Moro não respondeu às perguntas sobre a veracidade das mensagens nem se teria autorizado a PF a investigar Glenn Greenwald.

* Reportagem: Diego Francisco

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