Você esta aqui
Home > Notícias > MNDH lança abaixo-assinado para que Bombril cancele registro da esponja ‘Krespinha’ no INPI

MNDH lança abaixo-assinado para que Bombril cancele registro da esponja ‘Krespinha’ no INPI

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) lançou, nesta terça-feira (25/8), uma petição online (https://www.change.org/p/bombril-bombril-cancela-a-krespinha-no-inpi) para que a Bombril cancele o registro da marca de esponja Krespinha ante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), ente regulador de marcas e patentes em solo brasileiro. O motivo se deve ao racismo implícito no nome do produto e na peça publicitária que foi ao ar e recentemente retirada, por fazer alusão ao cabelo crespo de pessoas negras. O autor do abaixo-assinado também pede que a fabricante de produtos de limpeza promova ações reparatórias e afirmativas em prol da população negra, tais como pedido de desculpa e indenização convertida em patrocínio de ações de inclusão social para esse público-alvo.

“Pedimos o apoio da população brasileira nesse abaixo-assinado, para que possamos tirar definitivamente do mercado a marca ‘Krespinha’. A sociedade brasileira não pode tolerar mais o racismo, em nenhuma circunstância. O MNDH, em seus 38 anos de existência, luta por uma sociedade democrática e justa que respeita todas e todos. Em uma situação de racismo não basta não calar, é fundamental falar alto e claro ‘não aceitamos mais’”, destacou a coordenadora nacional do MNDH, Monica Alkmim.

Como é de conhecimento público, os conselheiros do Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) decidiram, por unanimidade, aplicar a penalidade de ‘advertência’ e ‘sustação da veiculação do anúncio’ contra a Bombril, por conta da esponja de aço chamada ‘Krespinha’, por fazer alusão aos cabelos crespos de pessoas negras. A fabricante de produtos de limpeza foi acusada de ‘racismo’. A decisão do órgão regulador de publicidade foi tomada durante julgamento, no último dia 18 de agosto. A peça publicitária dizia que a esponja era ideal para ‘limpeza pesada’.

“A decisão do Conar é uma grande vitória tanto para a luta em defesa dos direitos humanos quanto para o próprio mercado publicitário, que não pode tolerar esse tipo de publicidade numa sociedade multirracial e plural como a nossa. Quando um consumidor compra um produto para casa, está levando também o conceito de uma marca. Portanto, não pode levar junto o preconceito implícito por mensagens subliminares. Protocolizamos junto ao Conar uma denúncia contra a Bombril, por conta da publicidade de cunho racista. Estamos enviando à Bombril uma notificação extrajudicial, para que possamos entrar num acordo e a empresa possa investir em políticas públicas de inclusão social em prol da população negra. Se não tivermos êxito, então partiremos para a via judicial”, contou o advogado do MNDH Carlos Nicodemos.

A criação desse abaixo-assinado coincide com a data do Encontro de Empresas e Direitos Humanos, evento organizado pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

Essa iniciativa do abaixo-assinado do MNDH foi feita por meio de parceria com a Organização de Direitos Humanos Projeto Legal.

* Texto: Diego Francisco / Projeto Legal
* Crédito imagem: Divulgação

Deixe uma resposta

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Top