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Educação e Ocupações Estudantis

A crise da educação não é um tema recente para nós brasileiros. A importância da educação para o desenvolvimento da nação é algo inegável. É através da educação que a população se empodera. Embora o Brasil tenha avançado minimamente neste campo nos últimos anos, o caminho a percorrer ainda é muito longo.

Quando o tema é educação, a imagem do Brasil não é das melhores. No último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), o Brasil ocupou a posição 55 no ranking de leitura, 58 no de matemática e 59 no de ciências. Esta mesma pesquisa observou que o Brasil investe ⅓ da média dos demais países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) por aluno. Assim como deixa também a desejar no investimento entre os professores.

A desvalorização dos professores é uma questão recorrente no cenário da educação brasileira. Precariedade das condições de trabalho: baixos salários, insatisfação no trabalho, desprestígio profissional, insalubridade. O subsídio básico não é proporcionado para que esses profissionais ministrem suas aulas. É quase impraticável o ensino da educação qualificada em ambientes com precariedade de estrutura, como salas mal ventiladas, cadeiras e mesas aos pedaços e, muitas vezes, falta de material básico, como lousa e giz.

A falta de condições de trabalho dos educadores é apenas um dos diversos problemas enfrentados pela educação no Brasil. A falta de planejamento curricular atualizado, democrático e flexível; a falta de um projeto político-pedagógico eficiente e eficaz que esteja inserido em seu real contexto social são alguns dos tantos problemas encarados diariamente por educadores e estudantes.

Desde o final de 2015, o Brasil testemunha o protagonismo dos Estudantes Secundaristas na luta por uma melhor educação. Escolas vêm sendo ocupadas como forma de reivindicar diálogo entre estudantes, professores e governo. A ocupação das escolas vai desde Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e agora Rio de Janeiro. Os estudantes estão se empoderando e entendendo seu papel na denúncia de irregularidades que acontecem dentro das instituições, como também na luta lado a lado com os professores.

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O sucateamento da educação pública brasileira faz parte de um projeto muito maior de uma política privatista e meritocrática. Os estudantes cobram do Governo uma educação de qualidade, uma valorização dos profissionais da educação, passe livre irrestrito, abolição do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj), o fim dos sistemas de metas que visam apenas colocar as escolas em rankings, dentre outras coisas.

O Plano Nacional de Educação tem como objetivo erradicar o analfabetismo até 2020. No entanto, nos últimos 10 anos a redução da taxa foi de apenas 2,8 pontos percentuais. Da mesma forma, a taxa de analfabetismo funcional das pessoas com mais de 15 anos cai lentamente. A taxa que era de 18,1%, em 2013, passou para 17,6%, em 2014.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentada no final de 2015 pelo IBGE, mostra uma lenta evolução dos indicadores de educação no país. As quedas nas taxas de analfabetismo e de analfabetismo funcional ainda são muito tímidas. De acordo com também a Pnad, o Brasil tinha no momento da pesquisa 13,2 milhões de analfabetos (8,3%) acima dos 15 anos, frente aos 13,3 milhões (8,5%) estimados em 2013.

Segundo o Relatório de Monitoramento Global de EPT da UNESCO, no Brasil, apesar de programas como o de educação de jovens e adultos que abarcou mais de 3 milhões de adultos apenas 2012 a qualidade da educação obtida é deficiente e as taxas de abandonos ainda são altas.

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