Precisamos da sua ajuda para declarar o dia 16 de abril como Dia Internacional para Proteger os Meninos Contra a Violência Sexual
Este não é apenas um dia; é um movimento – um apelo global urgente para reconhecer, apoiar e proteger os meninos da violência sexual. Acreditamos que a proteção dos meninos contra a violência sexual complementa e reforça os esforços em andamento para prevenir a violência contra TODAS as crianças, incluindo as meninas. A sua assinatura pode ajudar a garantir que os meninos que sofreram violência sexual recebam a visibilidade, o apoio e a justiça que merecem.
Por que precisamos de um Dia Internacional reconhecido pela ONU?
Desde 2021, a Campanha do Dia do Guarda-chuva Azul (Bule Umbrella Day) da Family for Every Child busca sensibilizar e pressionar por mudanças para garantir que menos meninos sejam abusados sexualmente. Em 2024, a campanha global alcançou mais de um milhão de pessoas, incluindo homens e meninos com experiência vivida de violência sexual na infância.
Declarar o dia 16 de abril como o Dia do Guarda-Chuva Azul como um Dia Internacional irá:
- Aumentar a consciencialização: promover o debate em nível global, desafiar normas de gênero prejudiciais e promover um diálogo aberto sobre a violência sexual sofrida pelos meninos.
- Promover a pesquisa e o desenvolvimento de políticas: incentivar um maior investimento em pesquisa sobre esta temática para apoiar o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências visando atender as necessidades dos meninos que sofreram violência sexual.
- Garantir justiça e apoio aos sobreviventes: defender serviços de apoio acessíveis, eficazes e seguros que atendam especificamente às necessidades dos meninos.
- Promover a solidariedade global: reunir nações, organizações da sociedade civil, redes, organismos de financiamento, universidades, meios de comunicação social, prestadores de serviços, comunidades, pessoas com experiência vivida e outros em um esforço conjunto para prevenir a violência sexual contra os meninos e amplificar as suas vozes.
- Compromisso dos países/nações membros: criar mecanismos que possam ajudar a acompanhar as ações, em relatórios na ONU, a fim de desenvolver procedimentos padrão sobre a questão em nível global.
Por que o Brasil precisa apoiar?
No Brasil temos um documento orientador de políticas públicas e fluxos no atendimento as violências sexuais, em âmbito nacional essas orientações estão no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e em todos os estados e municípios essas diretrizes devem ser reproduzidas garantindo as características territoriais. Porém, por uma questão cultural e quantitativa o enfrentamento e atendimento a meninos e meninos trans é pouco focado na política pública.
Na publicação Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, produzida pelo UNICEF e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram analisados boletins de ocorrência das polícias estaduais de violência sexual no período entre 2017 e 2020, neste período o Brasil registrou 179.277 casos de estupro ou estupro de vulnerável com vítimas de até 19 anos – uma média de 45 mil casos por ano. Desse total quase 80% são meninas e entre os meninos, o estupro é um crime que acontece prioritariamente na infância, com 59% dos casos na faixa etária de até 9 anos, também é percebido nessa análise que 86% dos autores eram conhecidos das vítimas. Cabe ressaltar que apesar de ser um alto número ainda temos muita subnotificação e dificuldades em definição de um fluxo de atendimento que tenha como prioridade a proteção na vítima e não a responsabilização do autor.